Integrada: cooperativa aposta na mecanização da cafeicultura
O café, uma das culturas mais tradicionais do Paraná, está passando por uma fase de transformação. Na área de atuação da Integrada, profissionais de assistência técnica da cooperativa estão orientando cafeicultores sobre a importância da mecanização para garantir a viabilidade da cultura.
Com expectativa de uma safra de recuperação, o Paraná espera colher este ano 1 milhão de sacas de café, um volume 80% superior à colheita do ano passado. Mesmo em um cenário de otimismo, a necessidade da mecanização para o futuro da cafeicultura é um ponto que tem sido amplamente discutido pelo setor produtivo. Um dos fatores que mais elevam os custos de produção na cafeicultura é a mão-de-obra para o manejo e principalmente para colheita, que está cada vez mais cara e escassa. Por isso, para reduzir custos e viabilizar a atividade, os produtores precisam preparar os cafezais para esse processo de mecanização.
“Estamos no momento de repensar a cafeicultura, buscando alternativas que tornem a cultura rentável e economicamente viável”, explica o gerente de comercialização de Café da Integrada, Osmir Buso. Segundo ele, a cafeicultura moderna precisa estar apoiada no aumento da produtividade, na busca pela qualidade e na redução de custos. “A cafeicultura não poderá existir sem produtividade. Já a qualidade é um fator que interfere diretamente no valor pago pelo produto. Além disso, a redução dos custos por meio da mecanização possibilita uma margem de rentabilidade maior, o que pode garantir a viabilidade da cultura”, ressalta.
Atualmente o café tipo 6 bebida dura é comercializado entre R$ 380 e R$390 a saca. O coordenador técnico de Café da Integrada, Vauller Furtado, explica que para uma produtividade de 30 sacas por hectare, o custo de produção em áreas não mecanizadas fica acima de R$ 320 por saca. No entanto, em cafezais mecanizados esse custo é reduzido em 40%. Além disso, nos cafés mais produtivos o custo por saca é menor.
O maquinário para colheita tem um alto custo. Por isso, quem não pode comprar tem a opção de terceirizar a colheita e contratar o serviço de uma máquina. Por outro lado, que possui a máquina, também pode diluir os custos prestando esse tipo de serviço.
O agrônomo lembra ainda que a produtividade média no Paraná é de 23 sacas por hectare, índice considerado muito baixo. Para os cafeicultores cooperados terem boa rentabilidade com a cultura, o ideal seria colher, ao menos, 40 sacas por hectare. “O aumento da produtividade, com redução de custos e busca pela qualidade é o caminho para a viabilidade da cafeicultura”, ressalta.
“Sem produtividade não tem cafeicultura”
O município de Carlópolis é considerado um dos polos da cafeicultura moderna no Paraná. Na área do cafeicultor Marcelo Teixeira, a produtividade nesta safra está sendo excelente. Ele trabalha no conceito Safra zero e Safra 100. Este ano é de safra cheia e produtividade média tem passado de 95 sacas por hectare.
Na propriedade de 55 hectares, a colheita é realizada por máquinas em 70% da área. Só não é completa pois em alguns locais a colhedeira não consegue entrar, seja por ruas estreitas, declividade ou pela presença de árvores. Mas ele conta que aos poucos está preparando toda a lavoura para receber a colheita mecânica. “A intenção é no futuro adquirir minha própria máquina. “Sendo minha, não preciso me preocupar com o tempo e posso selecionar mais a colheita para colher só o café cereja”, diz ele.