Por: Cooperativa Integrada
Ter, 11 dez 2018Percevejos assombram sojicultores
Seisuke Ito, superintendente de insumo e técnica da Integrada, explica que o evento foi criado pela necessidade em discutir junto aos produtores a importância do controle de pragas. Ito afirma que o percevejo reduz os índices de produtividade e os danos causados pelo percevejo prejudicam os grãos até mesmo quando armazenados.
“Todas as empresas que trabalham com soja estão sentindo esse efeito negativo pelos danos dessa praga”, observa o superintendente. Ele explica que o percevejo pica a soja e deposita um fungo dentre dela. Esse fungo se desenvolve durante o armazenamento da oleaginosa. Com o tempo, mesmo em condições de armazenamento, a soja começa a fermentar. O prejuízo, afirma Ito, é ainda maior quando se trata de produção de sementes.
Bruno Carlos Baldo de Souza, representante técnico de vendas da empresa UPL, afirma que o percevejo é uma praga que vem aumentando ano a ano e cada vez mais tem sido difícil de controlar. “A ideia do evento surgiu para incentivar os produtores de sementes para que se atentem ao manejo dessa praga”.
Um dos pontos altos do evento foi a presença do professor da Universidade Silvestre Bellettini, da Universidade Norte do Paraná (UENP), especialista em pragas. Segundo ele, o percevejo é uma das principais pragas da soja e é de difícil controle. Um dos motivos pelo crescimento da população se deve à sucessão de culturas (Soja + Milho), que não deixa interromper o ciclo das pragas.
Belletini afirma também que os produtores relaxaram nos últimos anos no que se refere ao manejo de pragas, permitindo o crescimento da população dos insetos. O professor explica que algumas ações por parte dos agricultores em relação ao controle da praga que estão deixando a desejar são; momento adequado de aplicação, o horário de aplicação e o volume de calda a ser utilizada. Todos esses parâmetros precisam ser seguidos para aumentar a eficácia no controle do percevejo.
O professor explica que um grão atacado tem a sua qualidade comprometida, principalmente pela elevação dos índices de acidez. “Precisamos resgatar o Manejo Integrado de Pragas (MIP), principalmente no setor de amostragem, saber o momento de fazer a aplicação em relação ao melhor horário e quais os produtos que nós temos”.
Em relação à amostragem, o professor explica que o produtor precisa antes de aplicar o inseticida saber se há realmente uma infestação com percevejo, onde estão e quantos são. Para isso, a recomendação é o uso do pano de batida. De acordo com dados da Embrapa, é considerada uma infestação, dois insetos por metro no pano de batida para produção de grãos e um inseto por metro na área de produção de sementes.
O representante técnico da UPL, Bruno de Souza, frisa que o posicionamento da empresa perante à essa praga é o treinamento da equipe técnica da cooperativa por meio do manejo integrado de pragas, com incentivos à vistoria na lavoura e aplicação de químico na hora certa. Haroldo Denófrio, gerente da regional Londrina da Integrada e um dos principais idealizadores do evento, afirma que a praga prejudica o bolso do produtor não só em quantidade na hora da colheita, mas também em qualidade porque o grão afetado pelo percevejo perde peso.
Denófrio observa que os agricultores precisam seguir as recomendações dos agrônomos da Integrada. Ainda assim, ele observa que o cooperado não pode deixar a lavoura só na mão agrônomo, pois é preciso fazer constantemente a vistoria na lavoura. Haroldo explica que o inseto é migratório, por isso o técnico pode passar na sua propriedade hoje e voltar somente daqui quinze dias. Nesse período, o inseto pode facilmente passar de uma lavoura para outra.